4.3.12

Da mansidão das tias aos princípios da avó Prazeres



Temo que as televisões tenham estado presentes e nos mostrem esta noite Vítor Gaspar no 498º aniversário de Manteigas. É que, depois de duas semanas de ausência, não estou psicologicamente preparada para o ouvir falar da avó Prazeres, dos dons que Deus nos deu para os pormos ao serviço do bem comum, dizer que «em tempo de crise e emergência nacional, os portugueses não têm regateado esforços», que «não culpam os outros pelos seus problemas nem esperam que sejam os outros a vir resolvê-los» e, sobretudo, que «não temos pressa e a história garante que venceremos a crise».

Há demasiadas parecenças com discursos também beirões (sem que as Beiras tenham culpa do que quer que seja), ainda bem presentes na nossa memória e dos quais não conseguimos libertar-nos. Somos bonzinhos, generosos, esforçados, sem pressas…

E o pior, verdadeiramente pior, é que a realidade parece dar-lhe razão, a ajuizar pela mansidão com que este povo está a aceitar as barbaridades do momento presente! Quando se olha para este país de fora, de longe, essa evidência torna-se mais dolorosa e até incompreensível – e muito difícil de engolir.
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1 comments:

voz a 0 db disse...

Olá Joana! Realmente estiveste fora, nem te deste conta da nossa Nova Bandeira Nacional a ser anunciada no próximo dia De Portugal... vai ser uma festarola!

Curioso é que escreveste sobre o Gaspar, mas minha mente louca só lia " mais de 5.000.000.000€ enterrados no BPN... mais de 5.000.000.000€ enterrados no BPN... mais de 5.000.000.000€ enterrados no BPN... " enfim é bom saber que andam idosos a morrer de frio, ah desculpa não é de frio, é de casas mal isoladas, e ainda agora se deitou fora mais 300.000.000€ para o nosso querido BPN... felizmente que vamos ter o retorno de 40.000.000€ caso contrário acho que esta República caía!

Bem-vinda a Portroika...