9.4.12

A Es.Col.A do Alto da Fontinha no Porto



Faz amanhã um ano que foi ocupada e o processo está longe da normalidade a que tinha direito. 

Toda a informação no blogue da Escola, onde foi divulgado, há alguns dias, o seguinte texto: 

Sexta-feira, 30 de Março de 2012 
Es.Col.A do Alto da Fontinha 

CARTA ABERTA 

A promessa de suspensão do despejo do Es.Col.A revelou-se um logro. Politicamente forçada a dialogar com os ocupantes da antiga Escola Primária do Alto da Fontinha, a Câmara Municipal do Porto (CMP) mais não queria do que anunciar que o despejo se mantinha, embora adiado. Em reunião com dois delegados da Assembleia do Es.Col.A, os representantes da câmara exigiram que o projecto assinasse a sua sentença de morte, traduzida num contrato de aluguer com fim em Junho. A continuidade imediata do Es.Col.a dependeria da assinatura desse papel. 

Recapitulando: a 10 de Abril de 2011, um grupo de pessoas ocupou a antiga escola primária do Alto da Fontinha, devoluta e abandonada há mais de cinco anos pelo município que a devia manter. Depois de um mês de ocupação do espaço e já com inúmeras actividades a decorrer, a CMP mandou a polícia despejar violentamente os ocupantes e emparedar o edifício. Depois de um longo processo negocial, o Es.Col.A voltou à Escola da Fontinha onde se mantém até hoje, com a indiferença da CMP. 

Esta farsa é, para nós, inaceitável, tal como o é o despejo em si - seja agora, em Junho, ou em qualquer altura. Perante quem tem, repetidamente, falhado no cumprimento da sua própria palavra e que entende o ultimato como forma de negociação, a posição do Es.Col.A só pode ser a de não aceitar a decisão de despejo. Fazê-lo seria desistir do sonho com que partimos para esta aventura, o de transformar as nossas vidas com as nossa próprias mãos, ensinando e aprendendo com quem se cruza connosco, nas ruas da Fontinha. Porque o Es.Col.A, muito mais do que uma escola, é um laboratório dum mundo já transformado, resistiremos. 

Precisamos do sentido solidário de toda a gente que se identifica com o projecto. Em todo e qualquer lado, que a ocupação e a libertação de espaços sejam a resposta generalizada ao ataque às iniciativas de emancipação popular dum sistema que prefere a propriedade, mesmo que abandonada, ao usufruto, mesmo que colectivo. 
Que a moda pegue! ai, ai 

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Um vídeo que acaba de ser lançado conta a história de um ano de trabalho:



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A ler, este texto de Nuno Ramos de Almeida: Uma escola okupada no coração do Porto

1 comments:

Marta Bellini disse...

Joana:

Isso me fez lembrar a letra da música de Chico Buarque: "aí, essa terra ainda vai ter seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal..." Parece-me, infelizmente, que Portugal torna-se um imenso Brasil.