14.7.12

Não éramos gregos nem somos espanhóis



Como seria de esperar, os espanhóis não se limitaram a ficar em casa a vociferar contra os ecrãs de televisão, nem a descarregar fel nas redes sociais, quando o governo aprovou as fortes medidas de austeridade a que vão estar sujeitos. 

Ontem, numa «sexta-feira de raiva», saíram de novo à rua desde o fim da tarde e continuaram pela noite dentro, não só em Madrid mas também em outras cidades como Valência, Barcelona e Madrid. Não marcaram manifestações para daqui a um mês, reagiram imediatamente.

A fronteira que nos separa dos nossos vizinhos, não sei se por ser tão antiga historicamente ou por muitos outros motivos, provocou alterações profundas em ADNs que teriam tudo para ser semelhantes. Mas não são.

No nosso serão televisivo de ontem, não faltaram comentadores a referir o perigo de contágio a que estamos agora sujeitos («a Grécia era muito longe...») e a ameaça que uma perturbação no nosso bom comportamento seria para o «sucesso» desta macabra fase da nossa vida colectiva.

Julgo que podem dormir descansados. Os espanhóis «fazem a hora, não esperam acontecer». Nós, infelizmente, é mais isto
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