15.10.12

Schiu, não digam a ninguém



É imperdível o texto de Pedro Santos Guerreiro, hoje, no Jornal de Negócios, agora já acessível online.

«Este Orçamento vai correr mal. Ninguém acredita nele, nem quem o faz. Mas shiu, parece que isso não pode ser dito alto, piscamos os olhos uns aos outros mas não dizemos nada. Hoje há OE, hoje temos a angústia do guarda-redes no momento do penálti, hoje vamos discutir o indiscutível mas só uma coisa não tem alternativa: insistir em vez de desistir. Insistir na mudança. Não seremos nós, será o tempo a rasgar o OE. (...)

Pronto, não digam nada, guardem silêncio, há uma encenação para cumprir, por causa das opiniões públicas dos países do Norte, por causa dos gajos dos mercados. Guardemos os falhanços para nós e, aqui que ninguém nos ouve, fechemos os parêntesis e escrevamos uma única frase, audível e responsabilizadora. 

Os portugueses têm de pagar austeridade. O Governo tem o dever de garantir a sua racionalidade, equidade e propósito. A UE e o FMI têm de mudar de plano – eles não são só credores, são responsáveis. E nós não podemos deixar que eles se esqueçam disso. Fazê-los merecer o próximo Nobel da Paz.»

Na íntegra AQUI.
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2 comments:

Septuagnário disse...

Mas que perfeito retrato de uma das nossas armas: "invisíbilidade"

Sem falar na neutralidade na II Grande Guerra.

Outras são os tais brandos costumes simbolizados pela beldade abraçando o Polícia de intervenção, ou os cravos no cano das espingardas.

Como foi possível termos ido para Alcácer Quibir?????

Isto nem o José Hermano Saraiva conseguia explicar.

Blondewithaphd disse...

Claro que não vai correr bem. Shiu para quê? Se o silêncio é tão ensurdecedor?