Tudo já foi dito sobre a vinda de Ângela Merkel, mas talvez ainda não se tenha sublinhada adequadamente o carácter vexatório da duração da visita. Não me recordo de outro chefe de Estado que tenha feito o mesmo: entre a hora prevista para a chegada ao Palácio de Belém e a saída do CCB decorrerão 4h45.
Vasco Pulido Valente põe bem o dedo nesta ferida, no Público de hoje:
«Metida num casulo, Merkel nem ficará a saber exactamente onde aterrou. (...) Às 17h15 volta para a terra dela, com certeza sem se lembrar do que lhe disseram e sem perceber coisa nenhuma do que viu. Mas, pelo menos, olhou uns segundos para o Tejo em S. Julião da Barra. (...)
O que vem cá fazer? (...) Exibir a sua autoridade de credora sobre uma tribo inerme e primitiva? Ou resolveu simplesmente, como chefe da Alemanha, fiscalizar o estado das colónias? De qualquer maneira, este espectáculo vexatório mostra, como mostrou antes na Grécia e na Espanha, o domínio da dama sobre o que por irrisão, ainda se continua a chamar "União Europeia".
O rei Juan Carlos não desceu ao vexame de a receber. Em Portugal a vergonha não abunda.»
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1 comments:
No dia 2 de Março de 1983 houve um chefe de estado que esteve muito menos tempo que isso. Acho que nem saiu do aeroporto da Portela.
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