Ainda não encontro online o vídeo com a intervenção que Vítor Gaspar fez hoje, em nome do governo, no encerramento da discussão do OE 2013, mas ela merece ser ouvida na íntegra (até pelo tom): pela primeira vez, que me lembre, VG saiu da galáxia dos números e fez um discurso genuinamente político e revelador do que dele se pode esperar. Uma amostra:
O alvo principal foi «um lado» do PS, aquele «que defende propostas radicais e aventureiras», como ouvimos. E insistiu: «Em tempos de crise e emergência, o radicalismo e o populismo são perigosos. Quando os problemas são especialmente sérios, e é este o caso neste momento, torna-se tentador procurar soluções em jogadas de alto risco.» Virou-se, depois, para o outro lado do PS, «moderado e herdeiro de uma orgulhosa linhagem europeísta» e que tem «um sentimento de responsabilidade».
Ficámos portanto cientes de que é grande a «esquerda radical» no nosso país, muito maior do que a própria pensava, e André Freire tem de rever tudo o que escreveu até aqui...
Vítor Gaspar é um homem é perigoso – acreditem. Pode ter começado hoje uma nova investida.
E, no entanto: tão radical, mas tão radical, é o partido de António José Seguro, que este não assume «qualquer compromisso de se juntar ao PCP, BE e alguns deputados do próprio PS que já disseram que enviarão o documento para fiscalização sucessiva do Tribunal Constitucional, caso o Presidente da República não o envie antes da promulgação para ser analisado». E é bem provável que se... abstenha.
Vai longe o país, com estes dois grandes partidos, PSD e PS! Mas são aqueles que os portugueses mais amam e, enquanto assim for, têm o que merecem.
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