A propósito de uma notícia divulgada num site grego, é impossível não recordar o hipotético anúncio que aqui publiquei há uns dias, em que um restaurante pedia que músicos tocassem no seu espaço sem direito a remuneração.
Um ex-ministro das Finanças grego, membro da Nova Democracia, teve uma ideia luminosa, «uma proposta revolucionária» para reduzir o desemprego: os que dele são vítimas deviam trabalhar voluntariamente em instituições do Estado, municípios ou mesmo em empresas privadas, sem delas receberem qualquer salário. Teriam assim a possibilidade de se manter activos (terapia ocupacional?) e de conhecer possíveis futuros empregadores. Note-se que as actividades sugeridas a título de exemplo – apanha de azeitona, limpeza de ruas, etc. – nada têm a ver com algo que se pareça com «estágios profissionais» ou aquisição de competências. (Ressalva-se que, no caso de alguma organização oficial ter dinheiro disponível, poderia dispensá-lo para pagar alguma coisa – está-se mesmo a ver...)
Caminha-se exactamente para quê quando já são possíveis sugestões deste tipo, feitas por políticos responsáveis, mesmo que a título pessoal? Teremos em breve chineses e cambojanos em luta para que os direitos humanos sejam respeitados na velha Europa? Já assistimos a realidades mais imprevisíveis... Ou será que estamos s regressar a «O trabalho liberta», como perguntam os gregos e eu concordo?
P.S. – A propósito: alguém sabe se ISTO está a ser concretizado?
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