7.2.13

Franquelim: trabalhador precoce que nem sabe redigir um currículo



Foi pelo Câmara Corporativa que soube que o Portal do Governo informa que o dr. Franquelim, para além de todas as qualidades reconhecidas, foi um adolescente precoce e começou a trabalhar na empresa de consultoria Ernst & Young aos 16 anos (em 1970, nascido em 1954). Claro que há sempre a hipótese de ter sido admitido como contínuo ou como distribuidor interno de cafés, para depois «subir a pulso» (até porque só se licenciou em 1979), mas enfim...

Hoje, são vários os órgãos de comunicação social que se fazem eco da notícia, com uma informação adicional, já ontem muito comentada no Facebook: a dita empresa só existe, a nível mundial, desde 1989, tendo resultado da fusão de outras duas. (Disso até eu me lembrava já que, por razões profissionais, com ela lidei bastante no início dos anos 90.)

Se fosse só o Portal do Governo a fantasiar, virava a página. Mas não: no site de uma entidade um pouco mais credível – a Universidade Católica – lá está a informação, em cv aparentemente fornecido pelo próprio Franquelim. Com uma variante: já teria 17 anitos ao ser admitido na E&Y (1971) e não 16. Mas independentemente da idade, o que impressiona é a falta de rigor de alguém que redige desta maneira o seu próprio currículo para uma instituição académica. Preocupante quando se trata de um secretário de Estado...

Franquelim Alves poderá ter trabalhado para uma das percursoras da E&Y, talvez a Arthur Young, nunca para uma empresa fantasma que só veio a existir quase duas décadas mais tarde. Seria normal que um funcionário dos velhinhos TLP dissesse que tinha ingressado na Portugal Telecom em 1970, quando esta só existe desde 1994? Ou na Galp? Já agora: não terá sido o Infante D. Henrique o primeiro presidente da Lisnave? 
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