22.3.13

O que pertence ao povo



«O que está em causa em Portugal não é censurar um governo que nunca existiu. A urgência em Portugal não é a de baralhar as cartas gastas, para dar de novo. O inadiável em Portugal é permitir que o povo possa transformar a sua revolta em semente política de futuro. Os portugueses têm de ir às urnas para, serenamente, dizerem se querem, ou não, seguir pela estrada de destruição a que conduz a continuação do Ultimato da Troika. (...)

Uma votação maciça contra a agonia inútil do programa da Troika será a base de um novo contrato social. Será a nova fonte de legitimidade. O governo que vier ficará vinculado por um mandato claro: só será válido um rumo europeu que proteja e alargue as liberdades constitucionais, que garanta e aprofunde os direitos económicos e sociais, incluindo o direito ao trabalho. Ao votarmos esmagadora e pacificamente contra o Ultimato daremos também um sinal de esperança concreta para os outros povos europeus, incluindo o povo alemão. A democracia foi inventada na Europa clássica. A dignidade da pessoa, na Europa cristã. A ideia de que a liberdade é mais forte do que a opressão está no ADN da Europa moderna.»

Viriato Soromenho-Marques

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