«Mais um país que vê que a Europa lhe virou as costas e que sente que o empréstimo que vai receber não é de um parceiro na União mas sim de um agiota. E o sentimento anti-euro cresce. Cresce no Chipre, tal como cresce na Grécia, onde o país continua a sofrer os efeitos de uma austeridade prolongada, como cresce em Itália, onde os eleitores preferem votar em Berlusconi do que aceitar os candidatos pró-euro. Como provavelmente crescerá em Portugal, onde depois da conferência de imprensa do que resta do ministro das Finanças os cidadãos estarão cada vez mais descrentes em relação à bondade das receitas definidas pela Europa.
Impávidos e serenos perante os resultados desastrosos desta conjugação de austeridade em cima de austeridade, os políticos do Norte da Europa continuam a revelar a sua pequenez, preocupados apenas com as justificações que têm de dar ao eleitorado em relação ao apoio financeiro a outros países.
E assim, de ‘bailout' falhado em ‘bailout' falhado, vão dando o sinal de que acham que o projecto europeu terá ido longe de mais, e que o grande objectivo é manter apenas uma zona comercial.
Jean Monnet, um dos arquitectos da agora União Europeia, dizia que não havia outro futuro para os europeus que não fosse o da união. Os actuais líderes estão dispostos a provar que estava errado.»
Rúben Bicho
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