26.4.13

Resta-nos a força de não-querer



«Trinta e nove anos depois de Abril, que resta do "dia inicial inteiro e limpo"? Cantado por Sophia. A vitória de um capitalismo que se não confronta com nada; o regresso dos ódios ancestrais à Alemanha; a traição dos partidos socialistas; o retorno da violência nazi-fascista; a escassa força do comunismo; o recrudescimento de uma arrogância da chamada elite dominante (atente-se nas declarações dos banqueiros) que julgávamos definitivamente arredado do nosso horizonte. A Europa, dominada pelo Partido Popular Europeu, onde se acoitam as expressões mais hediondas da extrema-direita, e da direita encolhida, impõe normas violentíssimas aos países sob tutela. Portugal está entre as baias de uma política desordenada e sem direcção. O grupo do PSD, que trepou ao poder nos andaimes da mentira, da omissão e do desprezo, não passa de uma enunciação sórdida do que de mais suportável existe. Resta-nos a força de não-querer, a energia que advém da nossa história de resistentes. E nunca esquecer de que o 25 de Abril existiu, embora estes que tais desejem apagá-lo.»

Baptista-Bastos

0 comments: