Mesmo antes de serem conhecidas as medidas que o DEO não concretiza, e cuja revelação nos está prometida para amanhã às 20:00, sabemos já o suficiente para sentirmos sobre as nossas cabeças uma espada de Dâmocles a que não escaparemos. No momento que passa, Fernando Sobral é um dos colunistas cuja leitura não dispenso. Publica hoje, no Jornal de Negócios, mais uma bela crónica: Nem DEO, nem Dá (*)
«O Documento de Estratégia Orçamental (DEO) é um equívoco no nome: nem Deu, nem Dá. É um enunciar de cortes sobre cortes, porque já é impossível aumentar os impostos. Vítor Gaspar rapa o pouco que restava no fundo do tacho, até não haver mais nada para retirar. (...)
Gaspar não dá, nem deu: tira. Tira dinheiro, direitos e futuro. Porque para ele não existe vida real para lá dos gráficos. (...)
Gaspar é o grande exterminador de milhões de sonhos, que acabaram em Portugal, destruídos por uma austeridade que aniquilou empresas sem fim e empregos aos milhares. Não está só. Se Sócrates destilou "swaps", Passos e Gaspar conviveram com eles, acrescentando-lhes dor. Estão bem uns para os outros. (...)
A vida de muitas pessoas está a ser destruída silenciosamente e instituiu-se o medo do futuro. Gaspar e Passos estão no glaciar de onde se olha sem emoção para tudo isso. O DEO risca uma década nacional do mapa. E apaga milhões de portugueses da existência. É a este "ao DEOs dará" que chegámos 13 anos depois da criação do euro.»
(*) O link pode só funcionar mais tarde.
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