A imagem parece-me excelente: se, pelo menos, a Europa comesse alguns espinafres...
«Bruxelas continua a organizar conferências com distinção aristocrática mas há muito que deixou de fazer política séria. A Europa, terra de filósofos, deixou de pensar. Segue guiões como o da austeridade, aplica paliativos às economias doentes sem tentar curá-las, faz da culpa e da sua expiação a ideologia do novo mapa que está a ser desenhado.
A Europa é um Popeye sem forças. Porque não come espinafres nem se esforça por os produzir. A irrelevância política, económica e militar da Europa está agora a transportar-se para o campo das ideias. A Europa deixou de ser um modelo, olhado com inveja pelos outros. (...)
A menoridade intelectual da Europa que alimentou a periferia de sonhos para agora a prender em termos financeiros revela-se no circular discurso de Durão Barroso (...). A centralização do poder na Europa parece ser a única estratégia do núcleo duro europeu. E o euro é a sua canga. A pergunta continua a ser uma: como vai Portugal, a crescer por absurdo 1%, pagar 5,6% de juros?»
Fernando Sobral
(O link pode só funcionar mais tarde.)
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«Hoje é o Dia da Europa. Todavia, o ambiente que encontro em Lisboa, depois de dez dias em contacto com a vitalidade do Brasil, no plano universitário como em tantos outros, evoca-me sobretudo uma ideia de Milan Kundera, que definiu o europeu como aquele que tem nostalgia da Europa.
Este sentimento, que não é novo, tem-se intensificado nos últimos três anos. E ele agora cruza-se com um outro, que os acontecimentos têm vindo a impor cada vez mais na experiência quotidiana dos europeus: o do medo, um medo da Europa.»
Manuel Maria Carrilho
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