O governo terá estabelecido 2 de Agosto como data limite para que as direcções gerais e regionais da Administração Central do Estado «reformulem os horários de trabalho e apresentem os mapas de pessoal com vista à racionalização de efectivos», tendo em conta as medidas aprovadas ontem na Assembleia da República sobre aumento do horário de trabalho para 40 horas e regime de requalificação dos excedentários.
Acontece que os partidos da oposição já ameaçaram recorrer ao Tribunal Constitucional para evitar a aplicação das leis em questão. Assim sendo, no caso de o dito TC dar provimento a estes recursos, estaremos de novo envolvidos num imbróglio sem fim, mas agora mais grave. Porque, se já foi a confusão em que ainda estamos metidos quanto aos subsídios, sempre é mais fácil pagar qualquer coisa em duodécimos, centésimos ou milésimos, do que mexer no regime de trabalho de pessoas (é disso que se trata, certo, e não de transferências bancárias...) Para simplificar: se as chefias vão contar agora com mais cerca de 14% de tempo semanal de cada trabalhador e, tendo isso em conta, dispensar x pessoas para a tal «requalificação», o que farão se se mantiver o horário das 35 horas por decisão do TC?
Para além de tudo o resto que está em questão, o governo dá assim mais um exemplo de péssimo profissionalismo, ordenando que as suas chefias trabalhem com base no «faz de conta». A pressa e a precipitação são inimigas não só do bom mas até do sofrível.
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