Há 39 anos, o país estava agitadíssimo. Desde as primeiras horas da manhã, dezenas de grupos de militantes paravam e revistavam carros de quem, hipoteticamente, se dirigia a Lisboa para a chamada Manifestação da Maioria Silenciosa – uma iniciativa de apoio ao apelo do general Spínola, convocada dias antes por cartazes que invadiram a cidade.
Os sinais públicos de ruptura crescente entre o presidente da República e o governo de Vasco Gonçalves e o MFA tinham sido mais do que evidentes, dois dias antes, durante uma tourada organizada pela Liga dos Combatentes no Campo Pequeno, na qual Spínola foi aplaudido e Vasco Gonçalves apupado.
A Manifestação do dia 28 não chegou a realizar-se porque o COPCON prendeu na véspera cerca de setenta pessoas suspeitas de estarem ligadas à iniciativa e pelas actividades populares acima referidas. E Spínola acabou por pedir a demissão em 30 de Setembro, tendo sido substituído na presidência da República por Costa Gomes.
Também era Sábado, não se reflectia em quem votar no dia seguinte, o céu de Lisboa estava tão cinzento como hoje e eu já conhecia António Costa que andava então de calções.
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