«Há muito mais portugueses que querem ser milionários do que os que desejam ser presidentes. É uma legítima questão de opção, mas que diz muito sobre a sociedade de hoje: a salvação está no dinheiro e não no cargo, por muito mais honroso do que ele seja. Nada que admire: é preferível ser uma celebridade do que culto.
Os valores mudaram e a ideologia que está a nascer deste mundo de austeridade e de fim de mobilidade social apenas reforça isso. Todos desejam ser Tio Patinhas ou Lady Gaga. Poucos pretendem ser Alexandre, o Grande ou Winston Churchill. Menos ainda querem ser Leonardo da Vinci.»
E, no entanto, com as presidenciais de 2016 no horizonte:
«Quem quer que pretenda ser o próximo PR terá de ser alguém que restitua o sonho e a confiança aos portugueses. Descrentes do Estado, desconfiados dos políticos, pobres como nos anos 60, os portugueses vão procurar alguém que lhes ofereça a fé que a actual situação lhes retirou em forma de impostos e desemprego. A questão é que, do nada, poderá surgir um candidato que tenha como bandeira o populismo.»
Fernando Sobral
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