«Quando Portugal consulta o espelho mágico que só fala verdade vê nele a imagem, não de Branca de Neve, mas de Rui Machete. Não se deveria espantar: o ministro dos Negócios Estrangeiros é o reflexo da alegre teia de interesses desinteressados que vai governando o país como se este fosse um concurso de beleza. (...)
A política portuguesa reflecte-se em Rui Machete. E quando este, por motivos insondáveis, diz às claras o que nas sombras é comum entre nós, o país engasga-se contra o silêncio dos inocentes. Rui Machete é inocente de ter sido nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros, numa altura em que acumulava 31 cargos em diferentes entidades. (...)
Rui Machete trocou o silêncio do inocente, porque nenhum destes políticos do regime faz "as coisas por mal", por frases e distracções que mostram que não sabe o que é a diplomacia nem a razão porque é ministro. Mas a culpa não é dele. É deste sistema acantonado em cumplicidades que, quando confrontado com a realidade, desata a gritar que o pecado mora ao lado.»
Fernando Sobral, no Negócios de hoje.
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