6.10.13

O rei vai nu



«Há um clima de embuste, de perda de vergonha, de mentiras, de desprezo absoluto pelos cidadãos que começa a ser asfixiante. Ainda não se tinha acabado de contar os votos das eleições autárquicas e já o Presidente da República, o vice-primeiro-ministro mais a sua assistente Maria Luís e os senhores da troika vinham colaborar na absurda farsa que o País está a viver. (...)

Que ele [Paulo Portas], a troika, Passos Coelho, Banco de Portugal e qualquer português que saiba somar dois mais dois tenham a certeza de que o limite de quatro por cento de défice para 2014 não vai ser atingido e que vai ser negociado lá para Março e renegociado em Maio e voltar a ser negociado em Setembro, mas prefiram fingir que estão a falar a sério, já estamos habituados. (...)

Mas que raio mede a troika? A capacidade de Portas conseguir falar sem dizer nada durante duas horas ? A falta de vergonha que permite a um país civilizado continuar a ter Rui Machete no Governo apesar de todas as mentiras, faltas de memória e sugestões feitas no estrangeiro de que em Portugal não há uma efectiva separação de poderes?

A troika não quer assumir que o seu plano foi um falhanço completo e prefere continuar a destruir um país a ter de arrepiar caminho. Talvez seja mau para o currículo dos arquitectos do plano admitir que não resultou. Talvez dizendo muitas vezes que o plano está a resultar os mercados acreditem e resolvam baixar as taxas. Talvez não queiram embaraçar o primeiro-ministro que achava o plano tão bom, tão bom que o levaria sempre a cabo e até iria para além dele.»

Pedro Marques Lopes

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