«Num momento de boa disposição, Pedro Passos Coelho inventou Rui Machete como ministro dos Negócios Estrangeiros. Julgava-se que o homem, cansado por ter passado anos sem fim sentado na cadeira da FLAD, iria aproveitar para ocupar o seu tempo nas Necessidades a dormir uma boas sestas, a viajar apenas até Washington e a estar calado. Aconteceu o oposto: o inventado Rui Machete revelou-se um inventor. Viaja e fala cada vez que lhe colocam um microfone à frente. (...)
O Governo, claro, parece um pinto molhado depois do que o ainda ministro disse na Índia quando descobriu um microfone para onde podia debitar algumas frases. Mas, desta vez, Rui Machete disse tudo o que pode pensar mas que não se pode nem se deve sussurrar. (...)
Ao dizer estas coisas, Rui Machete transformou-se em nitroglicerina. Fala e rebenta com toda a política de luvas de pelica com que está a ser tratado o drama português. Só resta uma dúvida: quando é que o inventor demite o inventado?»
Fernando Sobral, hoje, no Negócios.
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