No jornal i de hoje, Saragoça da Matta sublinha que «toda a normalização e higiene que emanam de Bruxelas pouco ou nada interferem no quotidiano e nas tradições do coração da velha Europa». E dá muitos exemplos daquilo que se pode encontrar em mercados e restaurantes, de Espanha à Dinamarca passando pelo Benelux e pela Alemanha, realidades que infringem as sacrossantas leis higienistas da União Europeia: velhos galheteiros, enchidos ao ar livre, queijos descobertos, peixe fresco e pão embrulhados em papel, etc., etc. Pensei exactamente o mesmo há poucos meses quando passeava em Barcelona, pelo Mercat de La Boqueria e não só.
Só neste rectângulo mais a Oeste é que «a higiene impera, bem como as coimas providencialmente impostas pelo direito de mera ordenação social rigorosamente tutelado por polícias municipais, nacionais e especiais.» E SM conclui: «Tanto que me convenço seriamente de que Espanha, França, Itália e Alemanha, bem como os países do Benelux, não integrem plenamente a União Europeia. Devem ser membros “em trânsito” para a europeização. (...) Se o critério for o dos pontos vistos, Portugal é, afinal, o mais europeu dos países da Europa.»
Mas porquê??? Se alguém conseguisse explicar... Somos obedientes e veneradores em nome de que princípios específicos? Ou será por ancestralidade? De Afonso Henriques? De Salazar? De uma democracia ainda débil e amedrontada? Da padeira de Aljubarrota não é certamente e o PREC não batia assim.
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2 comments:
De facto o PREC devia ter prevalecido uns mesitos mais para o podermos apreciar melhor.
É que com tão pouco tempo não deu para se saber o que aquilo dava.
Os portugas nunca vamos ao fundo da questão.
Temos medo e quem tem medo...!
Quais galheteiros enchidos ao ar livre ou pão e queijo descobertos? Isso é coisa de quem não percebe nada de segurança alimentar mas quer parecer um "doutor Relvas", ou seja ASAE. Vão ver como se lavam copos e pratos nos cafés, bares e restaurantes Belgas e Holandeses (por exemplo). A maioria nem sequer tem uma maquina de lavar louça profissional (desinfecta por via da temperatura), coisa omnipresente em qualquer tasca portuguesa.
Kurrusivo
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