4.2.14

Contos de fadas



«A política, às vezes, parece um conto de fadas. Frenéticos com a saída da troika e, sobretudo, com as eleições europeias, os dirigentes nacionais dividem-se entre ser a versão moderna da Gata Borralheira ou do Pequeno Polegar.

Esquecem que, com programa cautelar ou livres como passarinhos engaiolados, os portugueses têm uma dívida brutal para pagar, uma austeridade que marcará a sociedade durante muitos anos e demasiados técnicos estrangeiros a vigiar as nossas contas. Para sempre ficará o empobrecimento económico, social e cultural da nação. Entretidos com as eleições, todos garantem um futuro brilhante. (...)

Todos esquecem que esta crise dividiu Portugal entre dois mundos. Existem, cada vez mais, dois países: um que é viável e outro, colado a esse, que não o é. E este verá alguma recuperação mas não a sentirá. E será aí que se revoltará. (...)

Há algo que alguns esquecem. Quando se lê um conto de fadas, há um momento em que se tem de fechar o livro. E voltar à vida real.»

Fernando Sobral no Negócios de hoje.
.

1 comments:

bibónorte disse...

O povo jamais se revoltará.
Ganharão os mesmos do costume, o povo continuará a chorar pelos cantos e remoer entre dentes a sua desdita.Muito triste...