Manuel Magalhães da Silva, hoje, no Correio da Manhã:
Os capitães
O Conselheiro Acácio também era assim: comemorações só podem ser festividades louvaminheiras.
Afinal Assunção Esteves, mulher inteligente e jurista de mérito, não se singulariza, apenas, por neologismos pedantes, para não dizer provincianos. No episódio do formato para a presença dos capitães de abril, nas comemorações parlamentares da Revolução, permitiu-se recusar-lhes a palavra, sem levar o tema à Conferência de Líderes, para que fossem os partidos a decidir quem e como queriam convidar.
É um tique autoritário, que constitui péssimo precedente.
Antes de mais, porque a atoarda que se lançou nos media que era anti regimento discursarem os capitães de abril, na Assembleia, é desmentida exatamente pelo Regulamento que, a título excecional, permite o convite a não deputados – lembre-se Juan Carlos ou Lula.
Depois, porque o receio era o de que estragassem as comemorações com áspera censura ao Governo.
A esta gente de pele fina, lembro que o 25 de abril também se fez para o confronto livre de posições, no parlamento ou fora dele, e sejam quem forem os seus protagonistas.
É por isso que a decisão de Assunção Esteves não comemora Abril.» (O realce é meu.)
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