«No dia em que também os salários dependerem de cálculos económicos pré-determinados, a classe política e os partidos deixam de servir para o que seja. Bastam os economistas, os financeiros e os operadores de "software". Se isso fosse aprovado Marco António Costa deixava de ser necessário. (...)
Compreende-se que Marco António Costa faça o elogio da pobreza. Para os outros. No fundo regresso o velho discurso de "todos temos de ser pobres". Mas Marco António Costa quando diz, sem se rir, uma enormidade destas, faz "harakiri". No dia em que também os salários dependerem de cálculos económicos pré-determinados, a classe política e os partidos deixam de servir para o que seja. Bastam os economistas, os financeiros e os operadores de "software". Se isso fosse aprovado Marco António Costa deixava de ser necessário, porque as suas palavras redundariam numa produtividade muito baixa para o país e por isso nunca teria o salário aumentado: quanto muito, seria diminuído.
Marco António Costa vem assim defender o fim dos políticos e dos partidos partidos políticos, porque todas as decisões teriam origem no INE e na Direcção-Geral do Tesouro. Ou seja, Marco António Costa anunciou que quer passar a ser redundante e dispensável. Talvez, no fundo, ele não tenha tido a noção do que disse. Porque, no fundo, o que Marco António Costa disse foi que o sistema democrático é dispensável. Basta um contabilista para governar o país.» (...)
Fernando Sobral, no Negócios.
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