4.4.14

Marguerite Duras – 100 anos

Marguerite Duras nasceu há 100 anos, em Saigão, actual Ho Chi Minh. No dia de hoje é especialmente recordada, sobretudo em França (mas estão programadas sessões de homenagem também em Lisboa e no Porto), aquela que foi uma grandes escritoras do século XX francês, também realizadora e guionista de filmes, para além de resistente durante a Segunda Guerra Mundial como membro do Partido Comunista Francês.

É vasta a sua obra no domínio da literatura, de início identificada com a corrente do nouveau roman, mas destaco dois livros que nunca esquecerei: L'Amant (1984) e antes, bem antes, de 1958, Moderato Cantabile, a que me rendi incondicionalmente.

Esta última obra viria a ser adaptada para cinema por Peter Brook, em 1960, e quem o viu terá certamente retido as interpretações de Jeanne Moreau e de Jean-Paul Belmondo. Inesquecível também, o guião que MD escreveu para que Alain Resnais realizasse aquele que foi para mim, durante algum tempo, o meu filme de eleição: Hiroshima mon amour. E quando há meia dúzia de anos fui ao Japão, e me passeei pelo local que foi vítima de uma das maiores tragédias da humanidade, não me saía da cabeça: «Tu n'as rien vu à Hiroshima!»





Encontrei hoje alguns vídeos com entrevistas e declarações de MD. Julgo que vale a pena saber como ela previa, em 1985, o que seria o homem no ano 2000:



L'homme sera littéralement noyé dans l'information (...) pas loin du cauchemar (...) tout sera bouché, tout sera investi, il restera la mer, la lecture (...) un jour l'homme sera seul de nouveau (...).Quand la liberté aura déserté le monde, il restera toujours un homme pour en rêver.
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