De Tiago Bettencourt (citado por Nicolau Santos, no Expresso Economia desta semana):
Eu não quero pagar por aquilo que eu não fiz
não me fazem ver que a luta é pelo meu país
Eu não quero pagar depois de tudo o que dei
não me fazem ver que fui eu que errei
não fui eu que gastei
mais do que era para mim
não fui eu que tirei
não fui que comi
não fui eu que comprei
não fui eu que escondi
quando estavam a olhar
não fui eu que fugi
não é essa a razão
para me quererem moldar
porque eu não me escolhi
para a fila do pão
este barco afundou
quando alguém aqui chegou
não fui eu que não vi
Eu não quero pagar por aquilo que eu não fiz
não me fazem ver que a luta é pelo meu país
Eu não quero pagar depois de tudo o que dei
não me fazem ver que fui eu que errei talvez do que não sei
talvez do que não vi
foi de mão para mão
mas não passou por mim
e perdeu-se a razão
tudo o bom se feriu
foi mesquinha a canção
de esse amor a fingir
não me falem do fim
se o caminho é mentir
se quiseram entrar
não souberam sair
não fui eu quem falhou
não fui eu quem cegou
já não sabem sair
Eu não quero pagar por aquilo que eu não fiz
não me fazem ver que a luta é pelo meu país
Eu não quero pagar depois de tudo o que dei
não me fazem ver que fui eu que errei
meu sono é de armas e mar
minha força é navegar
meu norte em contraluz
meu fado é vento que leva
e conduz
e conduz
e conduz
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