Dois papas em Roma, muito em breve dois reis em Espanha, por aqui a já antiga bicefalia no Bloco de Esquerda (culpada de todos os males que afectam esse partido, quando bom seria que fosse esse o seu principal problema).
Eis senão quando saltam para a arena, com estrondo e surpresa, duas cabeças para o PS. Uma espécie de OPA lançada por António Costa a uma liderança, considerada fraquíssima, de António José Seguro pôs o país político em polvorosa e os simples mortais, que ainda se interessam por esses temas, tentam entender os meandros de uma distinção, que parece ser de vida ou de morte, entre «primárias» e «directas».
O que parece inacreditável para quem está de fora, e independentemente do juízo que se faça da escolha de Costa quanto ao timing e ao método para avançar, é que Seguro não perceba que a sua teimosia em querer alongar o prazo para o desfecho da questão é perdedora à partida: muito provavelmente para ele próprio (porque é muito pouco provável que o presidente da CML não ganhe o que quer que seja, mais tarde ou mais cedo), garantidamente para o PS cuja massa eleitoral nunca lhe perdoará se tiver dificultado, na secretaria, um combate para que foi desafiado na rua e se, desse modo, lançar o partido na rampa para uma provável derrota eleitoral.
Enfim, a cereja em cima do bolo seria que Cavaco inventasse um duplo para falar de sacrifícios futuros, enquanto ele apregoa esperança, e que continuasse os discursos quando tem fanicos.
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