15.8.14

BES(t) of isto tudo



«Como estão os estimados leitores? Espero que bem; porque entre o bem e o mal vai a distância de um banco. Comecei as férias como um reles mortal, e acabei como dono disto tudo. Agora sim, estou a viver acima das minhas possibilidades: eu não quero ser dono do antigo BES. (...)

José Gomes Ferreira, o homem com um programa de governo, veio sossegar os espíritos e afirmou, na SIC Notícias, que o BES estava sólido e que se ele tivesse dinheiro investia tudo em acções do BES (estavam a 0,45 nesse dia). Foi pena não o ter feito e é pena que ainda tenha emprego. O meu quentinho é pensar que a malta que compra o livro do José Gomes Ferreira é bem capaz de ter seguido o conselho e ter gasto tudo em acções do BES. Aquele casal que foi à FNAC, de propósito, para pedir um autógrafo ao Zé Gomes, anda agora a ver se o encontra para lhe dar uma tareia porque seguiu o conselho do mestre e investiu as poupanças da filha em acções do BES.

Como todos sabem, esta história acaba com uma decisão à Gentil Martins, com o BES a ser separado em dois, indo o mau para um lado e o bom para o outro. Não me pareceu uma decisão sensata, quanto mais não seja porque Espírito Santo mau soa a culto demoníaco e, sinceramente, acho que Novo Banco é uma designação que se vê que foi feita à pressa. Novo Banco é daqueles nomes propostos na lista de empresas na hora. Ou era Novo Banco ou A Conquista do Pedal. Por outro lado, o Novo Banco é mesmo filho do Espírito Santo porque ninguém sabe explicar como apareceu.

Seja como for, não arriscando, vou pôr o meu dinheiro todo no Espírito Santo mau, porque os bons acabam sempre por ser comidos.»

João Quadros

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