O espectáculo a que se assistiu este fim-de-semana, quando foram conhecidos os resultados dos actos eleitorais nas federações do Partido Socialista, seria simplesmente ridículo se não fosse também patético. De um lado da barricada reclama-se uma vitória 10-9 (federações), do outro também (maior número de votos). Tema transcendente, que deve ter tirado o sono a meia dúzia de devotos enquanto o país vociferava contra a Albânia e contra Paulo Bento.
Magérrimas vitórias, portanto, que adiam tudo para 28 de Setembro, onde se espera que os não militantes de um partido decidam o futuro do mesmo. Consta que já há mais de 55 mil «simpatizantes» inscritos e espera-se que não faltem à chamada. Mas, atenção, porque só quem não anda pela net ignora que a relação entre inscrições online e correspondentes presenças físicas nos acontecimentos é, ela também, magérrima: eventos com milhares de promessas de adesão saldam-se por dezenas de participantes envergonhados. Claro que a excepção poderá sempre confirmar a regra, mas...
E no dia 29 de Setembro? Será que «o PS vai emergir, seja qual for o resultado, exangue, dilacerado e ressentido», como defende Viriato Soromenho-Marques em artigo publicado hoje no DN? Há quem diga que sim, há quem defenda que não, que o dia seguinte será o regresso às declarações de unidade e à preservação, ou conquista, de uns lugarzitos ao Sol.
Seja como for, estes longos meses ficaram ao nível da pequena ou da grande intriga e não terão contribuído para a dignificação da política, nem para o despertar da luta de um povo sofredor mas mais ou menos anestesiado. Portugal, a Europa e o mundo no estado em que estão e querem que alguém se galvanize com estas guerras de alecrim e mangerona?
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