«Nuno Crato não é o ministro da Educação. Aparenta ser ele. A cara é a mesma. A forma como diz "lamentável" enquanto os olhos sorriem é semelhante. Mas não. Há quem insinue, malevolamente, que o corpo de Nuno Crato foi ocupado pela alma de Nero.
Nuno Crato seria um hóspede de Nero, o grande educador de Roma, que tudo queria destruir para contemplar as cinzas. Custa a acreditar. A sua obra, grandiosa, está quase completa. O incêndio propaga-se e os camiões cisternas fornecidos por Crato trazem combustível em vez de água. (...)
Afinal para quê educar os jovens portugueses se, para o que lhes destina o mercado de trabalho, basta saberem atender um telefone, registar uma compra e ler a lista de perguntas de um "call center"? Julgava-se, pelos vistos erradamente, que o Ministério da Educação, todos os anos, tinha uma fórmula clara para colocar professores. Que, com adaptações, não criaria problemas. Mas Crato conseguiu que nada funcione, que o que hoje é decidido é amanhã alterado. E não importam os danos colaterais. Que são apenas "lamentáveis", apesar de se ter transformado a Educação num parque de campismo. Não se sabe porque Crato é ainda ministro. Se fosse subsecretário de Estado da Produção de Alforrecas perceber-se-ia. Crato destruiu a educação pública em Portugal. Já pode ser condecorado.»
Fernando Sobral
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