3.10.14

Tecnoforma – com humor




«Depois das explicações do PM sobre o caso Tecnoforma, receber dinheiro por trabalhar quase passou a ser falta de educação e egoísmo. Uma pessoa até se sente mal por, ao fim do mês, ir receber o ordenado. (...)

Quanto mais dizem que o caso está resolvido, mais parece que ele aumenta de tamanho - fazia falta um strip, mas o PM não quer mostrar as ceroulas. Depois das respostas do PM, apareceu o advogado da Tecnoforma a dar uma conferência de imprensa, onde avisou que ia processar um membro do Governo. A minha dúvida é se este advogado da Tecnoforma fez aquela conferência gratuitamente. Se assim foi, temos aqui um padrão, que importa destacar.

A seguir à conferência de imprensa, que se seguiu aos esclarecimentos de Passos, vieram as declarações de Cavaco que, tal como no BES, veio garantir que as respostas do PM eram sólidas. Claro que começou por dizer que lhe tinham dito. Cavaco já não arrisca um comentário sem ter primeiro um bode expiatório. Vai acabar a fazer os roteiros recorrendo ao "ouvi no elevador", "disseram-me no cabeleireiro" e "vi na rádio".

Mas ainda não tinha acabado. Depois do PM ter dito que apenas recebeu dinheiro de trabalhos jornalísticos nos anos de 97, 98, 99, e ter escrito que parte desse dinheiro vinha de trabalhos para o Público, a direcção do Público veio dizer que, nesse anos, Passos não fez nada no jornal. Portanto, Passos não recebe dinheiro dos sítios onde trabalha e recebe dinheiro dos sítios onde não trabalhou. É formidável.

Começo a desconfiar que não há um documento, deste senhor, que esteja em condições. Se calhar, nem o BI é verdadeiro. Chama-se Heinz Passos e nasceu em Berlim em 62. A esta hora, o ouro do Banco de Portugal são tijolos com tinta para dourar santas que o Relvas arranjou. O Relvas anda muito sossegado, é melhor ir lá ver.»

João Quadros

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