Texto (na íntegra) divulgado ontem:
As razões do descalabro e desmembramento da PT, no contexto da sociedade e da economia portuguesa, advêm, ao longo deste século, de graves erros, distorções, falta de visão estratégica nacional e diluição ética de diferentes níveis de decisão. Importa, por isso, aprofundar as ilações a extrair desta situação.
Mas, olhando para o próximo futuro, a gravidade da situação da PT é incompatível com silêncios, omissões ou acomodações. Está em causa o interesse nacional na sua mais genuína interpretação. Está em causa a prossecução do bem comum e a defesa estratégica da soberania nacional. Por isso, exige-se das autoridades políticas e públicas uma actuação intensamente activa. Não importa agora justificar a inacção com a inexistência jurídica de uma “golden share”. O assunto já não é apenas empresarial, mas assume contornos políticos nacionais que implicam uma atitude que respeite o primado do interesse e da responsabilidade públicas.
Este problema não pode, pois, ser exclusivamente deixado à lógica estrita de mercado e de interesses particularistas. Não pode ser tratado como se tratasse de um assunto de quase rotina sujeito à lei mecânica da indiferença e da passividade. Exige apuramento profundo e integral de responsabilidades e a salvaguarda de aspectos inalienáveis da nossa soberania.
Portugal não pode ficar desarmado. Os órgãos de soberania devem interpretar fielmente a prossecução do bem comum que é pertença da Nação.
António Bagão Félix / Diogo Freitas do Amaral / Eduardo Paz Ferreira / Francisco Louçã / Isabel Allegro de Magalhães / João Ferreira do Amaral / João Cravinho / José Pacheco Pereira / José Silva Peneda / Manuel Carvalho da Silva / Mariana Mortágua / Pedro Adão e Silva / Ricardo Cabral / Ricardo Bayão Horta
(Daqui)
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