«Com o seu conhecido pessimismo, Teixeira de Pascoaes, que há décadas buscava a redenção de Portugal, escreveu em 1952: "Creio bem que o chamado futurismo, ateísmo, o tiro aos pombos, a reforma ortográfica, o futebol, etc., todas as forças dissolventes da nossa Alma, são de carácter transitório".
É certo que, passadas décadas, a nossa Alma continua sem se redimir e o futebol tornou-se a política oficial do país. Sem ele passaríamos o tempo a discutir quem será o melhor Presidente da República depois de Cavaco Silva. A acreditar na excitação reinante nos comentadores do regime o povo português já não dorme porque não sabe se António Guterres será o candidato do PS ou se Pedro Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio ou mesmo D. Sebastião serão os candidatos desejados pelo PSD.
A busca do candidato ideal à direita, mas também à esquerda, se António Guterres escutar o canto da sereia da ONU, vai tornar-se a novela preferida das televisões nos próximos meses. Com mais audiências do que a trama de amor e traição entre PSD e CDS ou o drama circense encenado à porta da prisão de Évora.
Acredita-se que o PR emergirá do "bloco central" e que o Governo seguirá o mesmo destino. E que, com um bocadinho de sorte, Mario Draghi passará pelas margens do Tejo pilotando um helicóptero de onde se atirará dinheiro para cima do País.»
Fernando Sobral
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