Vale muito a pena conhecer uma reportagem de Paul Mason, na revista 2 do Publico de hoje. (quem tiver acesso, através deste link, não deixe de a ler na íntegra.
«Por todo o país, o Syriza montou bancos alimentares, conhecidos como Clubes de Solidariedade. Quando segui os activistas do Syriza num mercado de rua em Atenas, eles traziam uma espécie de babetes cor de laranja e de forma educada mas assertiva lembravam àqueles agricultores que um saco de batatas ou de laranjas para dar aos pobres faz parte dos seus deveres sociais. Em meia hora tinham os trolleys cheios de comida.
O coordenador diz-me: “Isto é o oposto da caridade. Estamos a sustentar 120 famílias numa só área e a maioria do nosso trabalho é gerir o isolamento, problemas de saúde mental e a vergonha.” Não é possível ter mais micropolítica do que esta de nos sentarmos numa exígua sala repleta de pessoas desesperadas a quem temos de convencer a não se suicidarem. Mudar de ideias torna-se impossível e nada abana a relação de confiança que construíram.»
Algum partido faz algo de parecido em Portugal?!? Claro que não. Continua-se a reduzir a acção política junto das pessoas a comícios, discursos pomposos e manifestações mais do que estafadas (e esvaziadas) pelas ruas. Ninguém tenta organizar-se solidariamente com o povo e deixa-se muito do que é essencial para o nível da «caridadezinha». Por isso assim estamos – parados e paralisados.
.
3 comments:
Caímos no pecado das generalizações.
É conhecido que em Portugal há quem insista em dar a cana em vez de procurar dar o peixe.
Também em Portugal não somos todos iguais. Há os que têm memória e história. E outros, não.
É uma grande diferença, cara Joana.
João Pedro
Muito bem!
O apoio prioritário em Portugal vai mais no sentido de "salvar" os bancos...
Não vejo a diferença entre isto e a caridade. É iniciativa privada, ponto. Ambas são muito positivas.
Enviar um comentário