9.3.15

A Star Trek de Passos Coelho



«Mr. Spock costumava dizer que: "Ser um Vulcano significa adoptar uma filosofia, uma forma de vida que é lógica e benéfica". Pedro Passos Coelho não pode ser visto como um seguidor de Spock.

A sua "Star Trek" é outra e já se perdeu na escuridão que trouxe para Portugal durante três anos. A sua viagem deixou de nos deixar ver as estrelas. Mas permitiu aos portugueses conhecerem melhor a indigência moral da nossa política, o buraco negro onde os valores se perdem em nome dos interesses partidários, dos negócios e da ocupação do Estado por relações particulares. (...)

A decadência da política portuguesa não começa com Passos Coelho que, para se defender, diz que não pagou por distracção e por falta de dinheiro. Vem de antes, com outros protagonistas, e por isso mesmo a forma como Ferro Rodrigues analisou o colapso de Passos revela que o PS também não entende a essência do problema, porque caminha sobre o mesmo pacto de silêncio onde se acomodam todos os interesses. (...)

Não sendo um exemplo do que pede aos outros, Passos Coelho dissolve-se no grande caldeirão da decadência nacional. Onde todos têm memória de galinha. E onde quem tem acesso ao Estado continua a viver numa idade de ouro. Deixando os anos de chumbo para os comuns portugueses.»

Fernando Sobral

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