«O Governo, ao longo dos meses, foi atirando as culpas de sucessivas tolices para cima das longas costas da Administração Pública: o colapso do Citius, a confusão das listas de professores no início do ano escolar, o esquecimento de Passos Coelho relativamente a ter de pagar impostos, a lista VIP. (...)
Ninguém se demite por "responsabilidade política" (excepto Miguel Macedo). Ninguém sabe mesmo quem transformou o dinheiro do papel comercial do GES em nada e a PT em coisa nenhuma por causa de compras que ninguém aprovou. Só quem ficou sem nada é que apanha os estilhaços. E só quem tem de pagar com impostos a crise da dívida soberana é que sente na pele as decisões de outros que se esqueceram ou não viram.
No BES, no Banco de Portugal, no Governo. A culpa, como é óbvio, foi dos serviços. Que decidiram sozinhos, é claro. Como se este país fosse uma República das Bananas. E talvez seja.»
Fernando Sobral
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