Há 41 anos, o golpe falhado das Caldas foi um passo importante para a queda da ditadura. Medeiros Ferreira disse um dia que o 16 de Março esteve para o 25 de Abril como o 31 de Janeiro esteve para o 5 de Outubro, facto que tem sido injustamente esquecido.
Quem quiser recordar a sequência dos factos, pode recorrer a esta descrição: A coluna militar que marchou sozinha para fazer um 25 de Abril 40 dias antes.
Foi esta a nota oficiosa difundida pelo governo:
«Na madrugada de Sexta-feira para Sábado, alguns oficiais em serviço no Regimento de Infantaria 5, aquartelado nas Caldas da Rainha, capitaneados por outros que nele se introduziram, insubordinaram-se, prendendo o comandante, o segundo comandante e três majores e fazendo em seguida sair uma Companhia autotransportada que tomou a direcção de Lisboa.
O governo tinha já conhecimento de que se preparava um movimento de características e finalidades mal definidas, e fácil foi verificar que as tentativas realizadas por alguns elementos para sublevar outras unidades não tinham tido êxito.
Para interceptar a marcha da coluna vinda das Caldas foram imediatamente colocadas à entrada de Lisboa forças de Artilharia 1, de Cavalaria 7 e da GNR. Ao chegar perto do local onde estas forças estavam dispostas e verificando que na cidade não tinha qualquer apoio, a coluna rebelde inverteu a marcha e regressou ao quartel das Caldas da Rainha, que foi imediatamente cercado por Unidades da Região Militar de Tomar.
Após terem recebido a intimação para se entregarem, os oficiais insubordinados renderam-se sem resistência, tendo imediatamente o quartel sido ocupado pelas forças fiéis, e restabelecendo-se logo o comando legítimo. Reina a ordem em todo o País.»
Alguns dias depois (em 22 de Março), na sua última «Conversa em família», foi assim que Marcelo Caetano se referiu ao golpe das Caldas:
Um mês e pouco depois, não houve falhanço.
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