«De vez em quando, quando julgam que há democracia a mais, PSD, PS e CDS tentam que o país seja uma granja igual ao bloco central de interesses que tem permitido o sucesso de tantos brilhantes ideólogos do regime.
Separados pela fórmula da TSU, os três partidos (às vezes uma espécie de Cocó, Ranheta e Facada, os três da vida airada, dos novos tempos) aliam-se em busca da alquimia perfeita. A sua ideia (...) para obrigar os media a entregar um plano de tratamento jornalístico antes do início da pré-campanha eleitoral deverá ser retirada. Se os líderes partidários tiverem alguma vergonha na cara. Mas fica a singela proposta. No fundo os três da vida airada queriam criar uma patrulha ideológica dependente de um comité central bolchevique eleito por eles. (...)
Tal como Bruxelas determina como devem ser feitas farinheiras e chouriços, o Parlamento legisla sobre como nascem e morrem as notícias. Tudo feito por mentes que não conhecem o país real. A mentalidade totalitária aqui exibida é digna de um filme de terror. Mas, afinal, este é o país onde a televisão que temos é ocupada, todos os dias, por quilos de políticos que fingem ser comentadores. E que são apenas o megafone dos seus partidos. Espera-se que tudo não tenha passado de um pesadelo. Ou de um filme de terror sórdido feito por realizadores que gostariam de ser primos de Estaline.»
Fernando Sobral
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