Janela para
o espelho
Escorre o sol e leva os restos das sombras deixados pela noite.
As carroças puxadas por cavalos recolhem, de porta em porta, o lixo.
No ar, a aranha estende os seus fios de baba.
Parafuso caminha pelas ruas de Melo. Na aldeia, é tido por louco.
Leva um espelho na mão e vê-se nele com uma expressão fechada.
Não tira os olhos do espelho.
- O que está a fazer, Parafuso?
- Estou aqui, responde. A controlar o inimigo.
In As Palavras Andantes
Sistema/1
Escorre o sol e leva os restos das sombras deixados pela noite.
As carroças puxadas por cavalos recolhem, de porta em porta, o lixo.
No ar, a aranha estende os seus fios de baba.
Parafuso caminha pelas ruas de Melo. Na aldeia, é tido por louco.
Leva um espelho na mão e vê-se nele com uma expressão fechada.
Não tira os olhos do espelho.
- O que está a fazer, Parafuso?
- Estou aqui, responde. A controlar o inimigo.
In As Palavras Andantes
Sistema/1
Os
funcionários não funcionam. Os políticos falam mas não dizem. Os votantes votam
mas não escolhem. Os meios de informação desinformam. Os centros de ensino
ensinam a ignorar. Os juízes condenam as vítimas. Os militares estão em guerra
contra os seus compatriotas. Os polícias não combatem os crimes, porque estão
ocupados a cometê-los.
As
bancarrotas são socializadas, os lucros são privatizados.
O dinheiro é
mais livre que as pessoas. As pessoas estão ao serviço das coisas.
In O
livro dos abraços
.
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