21.5.15

Serás pobre


O texto de Sandra Monteiro em Le Monde Diplomatique (ed. portuguesa) de Maio de 2015:

«Trabalhes ou estejas desempregado, serás pobre. É esta a mensagem subjacente às transformações que estão a ser feitas, em simultâneo, no mundo do trabalho e na protecção social no desemprego. É esta a sociedade de pobreza, com mais pobres e maior intensidade de pobreza, que está a ser construída de forma estrutural, porque o que se passa ao nível das remunerações salariais e da protecção social tem efeitos sobre todo o edifício económico, social e político. Uma sociedade que era já das mais desiguais antes da crise está a tornar-se mais desigual ainda.

Portugal caracteriza-se há muito por níveis salariais extremamente baixos quando comparados com a média europeia. Mas a «desvalorização interna» dos últimos anos mostra que termos salários que são pouco mais de metade da média dos salários na União Europeia (56,4%) não é ainda suficiente nesta corrida para o abismo do trabalho (quase) escravo. Nos últimos anos, além dos cortes salariais no sector público (26%) e no sector privado (13%), registou-se uma acentuada quebra dos salários nos novos contratos e nos contratos a termo (e mais no trabalho feminino do que no masculino). Assim, entre 2012 e 2013, «verificou-se uma travagem a fundo e os salários recuaram 1,9%, correspondendo agora a uma média de 808 euros mensais líquidos»; e os trabalhadores que sofreram um corte maior, de 6% no último trimestre de 2013, foram os diplomados do ensino superior, apesar de continuarem a ter, em média, salários mais elevados.» 

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