11.7.15

Jornalismo de bancada



«Depois da vitória do "Não", com 61%, e perante os festejos de gregos na rua com cartazes do "Oxi", uma jornalista da SIC perguntava a um comentador: "Estes gregos estão a festejar exactamente o quê?" - com toda a certeza, não estavam a festejar as notas no curso de jornalismo obtidas pela pivô.

Há uma espécie de desprezo em relação ao Syriza que justifica que os jornalistas digam o que lhes apetece, no tom que mais lhes agrada. (...) O resultado do referendo grego foi uma dor de cabeça para esta gente porque era mais fácil chamar radical ao Tsipras e ao Varoufakis do que a um povo. Torna-se complicado diminuir uma nação sabendo que existem pessoas que usam gravata e não vão a reuniões, com bancos, com uma t-shirt mal engomada e que deixa antever os mamilos. (...)

Este tipo de desinformação e comentário irónico tem sido uma constante neste assunto, o que me leva a concluir que a comunicação social é a grande derrotada deste referendo grego; e por números muito maiores do que o "Sim".

Resumindo, que estou a terminar, a nossa comunicação social fez tudo para justificar o voto e a vitória do "Sim", como se fôssemos a ir votar. Fosse eu uma pessoa desconfiada e diria que estão a treinar para qualquer coisa.»

João Quadros

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