«Enquanto em Portugal se comemora o regresso do "orgulhosamente sós", que tinha feito escola há muitas décadas por causa da crise grega, os dias vão correndo céleres até às eleições que ameaçam tornar o país numa versão do museu da Madame Tussauds.
Onde a falta de uma maioria absoluta e a substituição do Presidente do país podem colocar-nos como uma estátua de cera à mercê dos chamados mercados. Mas, entretanto, a política governamental continua a ser um novelo cheio de nós que continua a saltitar ao sabor da maior carga fiscal que jamais caiu sobre os portugueses. Enquanto a dívida pública continua nutrida. (...)
Um dos casos exemplares de como os partidos governamentais têm feito, a seu favor, a "privatização" do Estado e lutado contra as suas "gorduras" é a coisa assombrosa de gabinetes ministeriais (da Justiça e da Economia) terem pedido aos seus serviços (pagos pelos contribuintes) que analisassem as propostas eleitorais de um partido da oposição. A transformação do Estado num condomínio privado prossegue a todo o vapor. Será este o "liberalismo" apregoado? Pelo meio assiste-se ao diletantismo do Ministério da Educação a promover a ida dos alunos de bicicleta para as escolas por causa da obesidade. E que tal uma política educativa de alimentação para prevenir os males que afectarão o Serviço Nacional de Saúde num futuro muito próximo? Isto para já não falar na esmerada ministra da Administração Interna que, desde que chegou ao cargo, transformou o sector num hospício? Os casos gritantes dos bombeiros e dos helicópteros Kamov, depois dos polícias, mostram algo simples: incompetência pura e simples.»
Fernando Sobral
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