«A campanha eleitoral tem sido o combustível da "silly season". Sem ela ainda estaríamos a discutir se a água está fria e se o Outono começa em Agosto. Depois da confusão com os cartazes, chegou a rebaldaria com os debates. Dá a sensação que os partidos do "arco da governação" pensam que precisamos de razões para não os levar a sério. Não podemos deixar de sorrir quando imaginamos que estes partidos, que não conseguem chegar a acordo para irem duas horas a um estúdio de televisão, são os mesmos que o nosso Presidente queria que chegassem a consenso nos grandes desafios que o país enfrenta. (...)
Esta semana, a grande notícia era: "Passos recusa debate sem Portas" - isto é tão Big Brother, "se a Andrea sair eu saio!". Nesta situação, quem é que passa por cavalheiro? A Andrea ou o Passos? Na realidade, Passos balda-se ao duelo para defender a honra da dama, é todo um novo conceito de romantismo. Esperava-se que Passos fosse lá e valesse por dois, enquanto Portas esperava junto à lareira no convento. Dir-se-ia, pelo que se lê nos jornais, que é esse o seu estilo, mas não. Na verdade, onde se nota uma das característica de Passos é no facto de também não ter conseguido abrir a porta dos debates ao Portas. Já na Tecnoforma acabou por ser assim. (...)
Como já devem saber, toda esta bambochata acabou com o cancelamento do debate final entre todos, mas o mais extraordinário é que esta notícia foi dada como se nós nos importássemos. Quase com a mesma carga dramática que teria se viessem anunciar que optaram por parar de transmitir futebol durante um mês. Vê-se mesmo que não nos conhecem.»
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