25.8.15

Passos Coelho e os Kiss



«A banda norte-americana Kiss nunca foi conhecida pela qualidade da música mas sim por os seus membros surgirem com a cara pintada durante os concertos. Os espectadores, mais do que escutarem o que cantava o vocalista, eram conquistados pela pirotecnia utilizada, de guitarras que deitavam fumo, ao fogo que saia da boca dos músicos.

A música era irrelevante. A pré-campanha eleitoral nacional é, neste momento, um gigantesco concerto dos Kiss: tem muito ruído e poucas ideias. Só os partidos do Governo têm interesse nisto, como parece ser evidente. (...)

PSD e CDS usam a táctica de Maquiavel: dividir para reinar, calar para ganhar. A sua política é a de liquidificador: ruído máximo enquanto se mistura o que é importante com o que não é. Em vez de fruta, os cidadãos bebem um batido com muito gelo feito com água da torneira. É esta ideologia da confusão que tem servido desde há muito a Passos Coelho, desde os tempos em que se socorreu dela nas chamadas "redes sociais", para conquistar o poder no PSD e, depois, no país. É também a sua política: viver sem olhar para trás, em máxima aceleração, para impedir o sossego e deformar a realidade. Os Kiss não fariam melhor.»

Fernando Sobral

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