Há três anos eu estava em Arataca, na Colômbia, a terra onde nasceu Gabriel García Márquez e na qual se inspirou para criar a mítica aldeia de Macondo, em Cem anos de solidão. Foi mais um dia inesquecível, entre mais uns tantos, que tenho coleccionado em digressões várias por esse mundo fora. Retomo, em parte, o que então escrevi.
Aracataca é hoje uma localidade de 45.000 habitantes, feia, desmazelada, que não honra como devia o que de mais importante deu ao mundo, a não ser pela (boa) conservação da moradia em que «Gabo» nasceu, actualmente transformada num pequeno museu que justifica, sem dúvida, o desvio e a visita. Trata-se da casa dos avós, com quem viveu até aos 10 anos e que o marcaram profundamente. Família desafogada que não aprovou o casamento da filha com um simples telegrafista e que, por esse motivo, guardou a custódia do neto.
No museu, vêem-se as várias divisões da antiga habitação, documentadas com muitas citações de obras de GGM, sobretudo do primeiro volume da sua autobiografia – Vivir para contarla –, ao qual, infelizmente, não se seguiu nenhum outro.
«Gabo» foi pela última vez a Aracataca em 2007, para uma tripla comemoração: dos seus 80 anos, do 40º aniversário da publicação de Cem anos de solidão e do 25º da atribuição do Nobel da Literatura.
Ao pôr os pés em Aracataca, está-se sempre à espera de reencontrar algum membro da família Buendía ao virar de uma esquina, um qualquer José Arcádio ou um dos muitos Aurelianos…
(A Casa do Telégrafo, onde trabalhava o pai de GGM)
.
0 comments:
Enviar um comentário