1.1.16

Os discursos de Ano Novo do inefável Américo Tomás



Um dos rituais imperdíveis de cada primeiro dia do ano era ouvir o discurso que o presidente da República dirigia ao país, se bem me lembro por volta da hora do almoço. Nunca desiludia: havia sempre um cunho bem filosófico, como neste de 1 de Janeiro de 1966:

«Decorreu célere, como os que o precederam, o ano que acabou de sumir-se na voragem do tempo. Outro o substituiu, para uma vida igualmente efémera. Nesta mutação constante, afigura-se haver agora um fenómeno de visível incongruência, pois, quando tudo se processa a ritmo que se acelera constantemente, pareceria lógico que de tal circunstância resultasse um aparente alongamento no tempo e não precisamente o inverso. Se sempre o presente, mal o é, se torna logo em passado, nunca, como nos nossos dias, tão evidente verdade pareceu mais evidente.»

E quem ousaria desmentir isto?

«À medida que a população aumenta, vai aumentando, também, a maldade; e tudo seria diferente se, em vez de aumentar a maldade, aumentasse a bondade.» (1 de Janeiro de 1969)

No mesmo comprimento de onda, pode-se ouvir aqui, na voz do próprio, o que disse em 1 de Janeiro de 1965.

Logo teremos… Cavaco Silva. Pela ÚLTIMA vez!!!! 
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1 comments:

Jorge Conceição disse...

Tal como o "Janus 2016",na perspectiva do meu "post" de hoje no FB...