15.1.16

Vale tudo por Belém



«Depois dos debates presidenciais, entrámos na campanha em si. As televisões estão cheias de imagens dos candidatos à solta pelo país. Eles são dez, cada um no seu estilo e no seu local. Alguns repetem locais. Parece um "rally-paper" de esgrouviados. (…)

Chegámos a um ponto em que já não sabemos se foi Tino ou Marcelo que disse, ou fez, determinada coisa, porque é plausível ter sido qualquer um deles. Podia ter sido Tino a fazer piadas (melhores do que as de Marcelo) na agência funerária e Marcelo a enfiar um pau simbólico numa praia (com a ajuda do taxista que o transporta). Nesta campanha, o provável próximo PR podia ter feito, ou dito, exactamente o mesmo que o Tino. Por onde tu andas, Tino! (…)

Veja o leitor este exemplo e tente acertar, se for capaz e estiver para aí virado. Quem terá sido o candidato que declarou que um dos seus primeiros gestos como PR será para com Ronaldo... Hum? Quem será o grande intelectual que diz: se eu for PR deste país, vou logo acudir ao Ronaldo, coitado, que ficou sem casa nas cheias. Hum? Não... Não foi o dos óculos esquisitos. Também não foi o ex-padre do PCP. Podia ter sido se fosse para chamar o CR7 e nacionalizar-lhe os bens. Acabou o tempo. Veja a solução no parágrafo abaixo.

O professor Marcelo das análises aos problemas profundos do país, dos lares de idosos, da marmita da bolacha, do desemprego e da pobreza, mal chegue a Belém, vai falar com o Ronaldo. Tanta sabedoria, tanta vida, tanta pátria e faz o que faria qualquer "teenager". Provavelmente, quer uma "selfie" com ele. (…)

Sempre pensei que, assim que chegasse a Presidente da República, o seu primeiro gesto não fosse para com os que tudo têm. Do que conheço de Marcelo, esperava que o seu primeiro gesto fosse para os que foram donos disto tudo. Marcelo ainda me surpreende.»

João Quadros

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