29.4.16

"USA e abusa"



«Vai ser certamente um dos mais brutais duelos presidenciais da história dos EUA. Donald Trump, um indivíduo que muita gente odeia, contra Hillary Clinton, uma pessoa com quem ninguém simpatiza. O resultado final desta eleição pode fazer toda a diferença para o mundo... e para nós também.

Depois das eleições primárias, na terça-feira, em que Trump venceu em todos os estados, o milionário pode estar a dois estados de conseguir a nomeação para se tornar o candidato republicano à Casa Branca. Depois do primeiro Presidente negro, os EUA podem vir a ter o primeiro Presidente cor-de-delícia do mar.

No início, Trump não foi levado a sério pelo Partido Republicano (eu, até agora, também ainda não consegui). Trump foi visto como alguém que dava um colorido de "jet set" à campanha dos republicanos e que, por comparação, podia fazer dos outros candidatos pessoas mais ajuizadas e informadas. Era giro ter um candidato de fora do partido, conhecido dos media, com vida de "jet set", uma espécie de Ronald Reagan em alcoolizado (eu vejo um Nuno Melo que nasceu no Texas ou um Marinho e Pinto a quem saiu o Euromilhões) que não iria muito longe. Acordaram demasiado tarde. (…)

Será na convenção de Julho que Cruz e Kasich ainda tentarão ser nomeados - num processo de "convenção aberta" - caso Trump não consiga uma maioria absoluta numa primeira votação - mas isso poderia ser o fim do partido. Como diriam os americanos: "Too late." Voltar atrás no tempo para impedir que caia a desgraça sobre a raça humana, só chamando o ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.

Tendo o Partido Republicano a tradição democrática que tem, não pode querer resolver esta nomeação com um golpe na votação. Resta-lhe as armas ou a reza.»

João Quadros

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