20.6.16

Na Caixa com certeza



«A Caixa Geral de Depósitos tem sido, ao longo de décadas, uma espécie de Casa do Artista do Bloco Central (mas num condomínio de luxo). O pessoal do arco da governação arranja ali um arco onde se abrigar quando está retirado dos palcos políticos. De Varas a Cardonas, passando por Nogueiras Leites, a Caixa é o abrigo na dura estrada da vida dos favores políticos. - Está de chuva? Vai para a Caixa e espera que passe. A vida é uma incerteza menos para quem tem a Caixa com certeza. A ideia que tenho da CGD é que é um banco que funciona tão bem que metade da administração não tem de fazer nada. (…)

Posto isto, a minha proposta para ajudar a recuperar financeiramente o nosso banco é vender o edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos na Avenida João XXI. Deve dar uma boa ajuda em termos financeiros, não só no que se poupa como no que se ganha.

Vejamos. A nível de espaço, suponho que equivale a cinco Jerónimos. Dava um bom Continente, por exemplo. Juntamente com a Muralha da China, e o ordenado do Mexia na EDP, é a única coisa que se vê, a olho nu, da Lua. A CGD podia, por exemplo, vender a sede da João XXI à Câmara para fazer a nova Mesquita de Lisboa. Desta vez, sem chatices (nem expropriações), até porque o edifício, em termos arquitectónicos, já tem um formato que não exige grandes mudanças. É pôr um crescente na abóbada principal e siga. Depois não digam que o Quadros não contribui. Claro que o maior problema desta solução é a dificuldade que um muçulmano sente ao ter de dizer: "Vou ali à Mesquita João XXI."»

João Quadros
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1 comments:

Monteiro disse...

Este tem de agradar à Cofina de um tal Paulo Fernndes.