«O presidente do Eurogrupo diz que "as sanções a Portugal vão depender da resposta que o Governo vai dar à ameaça que será hoje concretizada" e a pergunta que me ocorre é: será que dá para mandar a carta do mister Fernando Santos ao Ecofin? É melhor não, que aquilo é um grupo de protestantes que, estranhamente, quer Portugal no purgatório. (…)
Não há sanções para campeões, está em letra pequenina no Tratado de Lisboa e arredores. "Vão no mau caminho", dizem eles. Sim, e também jogamos mal, mas ganhámos o campeonato da Europa. Imagina se jogássemos bem. Nem aparecia ninguém para o Mundial. O que custava a ganhar era o primeiro. Depois, nos próximos, logo damos "show". (…)
Imaginar um mundo onde perdemos a final contra os franceses, em Paris, aos 109 minutos de jogo com um golo do Mangala, é como imaginar que os nazis ganharam a II Guerra Mundial e agora os alemães mandam na Europa.
Como seria se tivéssemos perdido? Tirando Rui Santos, o país teria caído numa profunda depressão. Mais do mesmo. Era como se não houvesse alternativa. "Acabamos sempre por perder." Teria consequências para o país. Mal apitassem para o final do jogo, António Costa enviava um plano B para Bruxelas. Marcelo medalhava mais gente do fado. O ministro Centeno ia à reunião do Ecofin com um cachecol da Maria Luís e a oposição punha em causa o curso de engenheiro de Fernando Santos. Havia reportagens na televisão sobre um adepto francês que gozou com uma criança portuguesa (que estava a chorar a seguir à nossa derrota na final) e a música da Selecção era mesmo a do Abrunhosa. Ninguém quer viver nesse mundo.»
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