«O comovente movimento em defesa da pureza do PS, que se gerou nos últimos dias, nasce de uma perplexidade, se não de um susto. Parece que meia dúzia de militantes socialistas aplaudiram uma esquerdista de voz doce, o que prenuncia a pior das catástrofes, aliás já aqui desmontada, e que o governo do mesmo partido pondera aplicar um imposto sobre propriedades de luxo. (…)
A ideologia do PS nunca esteve em risco, pois na verdade não há ali ideologia, ou se há importa pouco. Suspeito mesmo que haja muito quem veja com algum enfado a palavra “socialista” e prefira apressar-se a explicar que “socialista” quer dizer “capitalista”, nos termos de Sousa Pinto. Há ideias, isso certamente, e são evidentes: respeitar a norma europeia e procurar aliviar os seus efeitos. Mas na política o que tem que ser tem muita força e por isso a “geringonça” está a tomar conta da Pátria. Quanto ao mais, purificar o PS seria supor que ele mudou de ideias, de estratégia ou de visão europeia – e seria supor demasiado.»
Francisco Louçã
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